Diário de uma peregrinação (I) - Amanhã

Caminho. Momento. Um novo tempo. Um período de férias da vida. Olho para este percurso a fazer um pouco como quem parte desta vida. Um desapego ao velho mundo. Ao mundo que hoje está. Sorrisos e lágrimas. Amor e Solidão. Quando partir para a proxima jornada será como agora... que parto para esta. Nas mãos do Universo. Quando da minha estadia em Sedona (USA) fiz um exercício de objectivos de vida. O meu principal era - é, confiar na vida e na minha capacidade de concretizar os seus desígnios. Eis-me confiando. Eis-me de peito aberto. Aqui me tendes. Usai-me para o que mais eu fôr necessário. Porque só assim há um sentido. Porque só assim me sinto vivo, hoje, amanhã e para sempre. Tudo o que sou, tudo o que tenh, tudo o que desejo, tudo o que temo, tudo... hoje e amanhã. Sentir a energia do Universo em cada estrela que brilha num céu que sempre nos acompanha, noite e dia; Sentir a energia de um Universo que está presente numa borboleta, numa pedra, num rosto. Gravata e fato. Carro e apartamento. Televisão, telemóvel. Prestação. Futebol. Rotina. Vazio. Há quem disso se faça. Também assim me fiz. Para tal doença a morte é um alívio. Só interessa uma vida mais além se algo mais significar. Como disse aquando da minha viagem a Sedona, sei como vou...
Amanhã. Avião de Vigo para Pamplona. Taxi de Pamplona para Roncesvalles. Assistir à missa do peregrino e pernoita em albergue do caminho. Depois, levantar com o Sol e seguir. Seguir no caminho até Finisterra - um pouco antes da atlântida (esta reservada apenas aos golfinhos). Outubro. Como será? Chegará? Pens2o que apenas uma marcha silenciosa, de milhares de portugueses seguindo por todo o país; Uma marcha que grite o silêncio. Uma marcha que mostre a quem anda distraído com a sua avidez e o com o seu apego, que não é este o caminho que devemos percorrer se queremos chegar a uma luz. Porque quem manda, quem tem, é escurecido pelas trevas do poder, do desejo de ter e de ser. O poder da alta finança, o poder da alta política. Bancos, Grandes empresas, políticos. A dança das cadeiras que assentam nas costas dos humildes. Porque deles é a verdade. A verdade de sentir o poder do sol - não o poder da subjugação de outrem. Uma marchasem líderes, sem destino. Apenas uma marcha. QUe abra consciências, que abra corações. Que faça o povo português esquecer a televisão e o futebol. Como dizem os delfins, uma marcha dos desalinhados, desalinhados com este sistema podre, de interesses para alguns. Rouba-se nos bancos, nas escolas, nos hospitais. Rouba-se muito mais do que só dinheiro. Rpuba-se a dignidade de Ser-se. Prende-se a alma à mensalidade do banco, aos favores para se obter um mísero ordenado num emprego de servidão. Enche-se o coração com o lixo da imprensa. Fazem-se concertos e comícios, jogos e passagens de modelos. Colocam-se bandeiras ao lado de tabuletas de "vende-se" por falta de pagamento das mensalidades ao banco. A miséria e o miserabilismo tornam-se a arma perfeita para se aumentarem os lucros dos grandes senhores. Democracia? Onde? Isto é uma "cracia" do dinheiro... uma "dinheirocracia..."! Iludem-se os miseráveis com a ilusão do crédito. Com a ilusão de poder ser-se igual aos que passam na televisão. Porque esse são! e têm! O quê? a ilusão de serem...! Porque não são! Entender que Ser-se é muito mais do que ter é o primeiro passo para crescer em luz. Chega de ilusão. Chega de era de aquarius à lusitana. Chega de meninos indigos e seres especiais predestinados o a serem o "The One"! Não há "The One"! Acordem arautos da desgraça! "The one" Somos todos nós. Caminhando em silêncio pelas estradas mostrando que este mundo é uma prisão do desejo. Libertem-se! Vivam não temendo nem a morte. A verdade vos libertará e a verdade é a que sentes no teu coração. Deixa de ser um escravo ao serviço dos seres das trevas e dos seus lacaios ditos humanos. Vendes a alma por um leitor de dvd? Vendes a alma por uma casa de férias? Vendes a alma por um emprego de administrador numa instituição financeira? De que te servirá tudo isso quando olhares para dentro de ti? O que verás? Ossos e sangue ou letras e cheques? E tu, que fazes massagens prometendo o avento dos novos tempos? Que contribuis com a tua falsidade para descredibilizar a luz? Não achas que é hora de caminhares? De sentir o Universo no coração. "Muitos são os chamados mas poucos os escolhidos". Uma escolha que fazes agora. Neste momento. Não amanhã. Porque a escolha é hoje, apesar de o caminho começar amanhã. Um amanhã que é já hoje porque dentro do coração. E quando assim é o agora torna-se ontem e amanhã porque se torna eterno. Como a Luz!